27/04/2012


O Olhar

Mirian Celeste Martins em O Olhar Pré-Meditado: Reflexos no Ensino de Arte (1996), afirma: "É preciso aprender e exercitar o perceber diferenças sutis, a caminhar no indefinido para o definido, do nebuloso para a clareza, com ousadia de quem rompe um olhar viciado pelo que já sabe. Um olhar que não teme outras perspectivas, como não teme a fundamentação de autores que ainda não conhece por inteiro."


Como  o próprio título diz, nosso tema gerador é “o olhar” construído, dessa forma convidamos nossos professoras (alunas) a fazer um passeio  através das imagens, obras já realizadas, que acompanham os passos do olhar do caminhante, tendo a natureza como suporte para sua produção artística. (ver links)

Esperamos assim, expandir as experiências de aprendizagem na observação do processo artístico do outro, e aumentar a amplitude de sua atenção, bem como ampliar a consciência estética e da imaginação para responder, interagir, expressar, criar e apreciar obras. Ampliando a visibilidade do cotidiano e do seu entorno. O olhar que, é capaz de promover a diferença, a diversidade como um valor educacional, capaz de provocar múltiplas leituras de uma mesma realidade.
Talvez, com um olhar mais lento, mais ouvinte, mais tátil, mais sensitivo... Um olhar mais construtivo.

Após o passeio, recomendamos uma breve leitura: A arte e sua relação com o espaço público. 

5 comentários:

SerSonhos disse...

Elizabete e Rose,
aqui é Renata Siqueira, preciso que vocês entrem em contato comigo! Bj e LUZ

Cintia disse...

Lembro-me com alegria dos passeios da minha infancia, dos parques, jardins e praças tão bem cuidados, onde os pais levavam seus filhos para passear e brincar em Campinas. Ficávamos maravilhados com a beleza dos jardins, as fontes, os brinquedos do parque. Infelizmente, a paisagem urbana tomou conta de alguns locais. Recordo-me, por volta dos anos 70, dos meus passeios à Torre do Castelo; uma torre de controle de água, na verdade, mas que parecia um Castelo, quando aberto à visitação. Subíamos as pequenas escadas de acesso na ânsia de vermos do alto, a cidade de Campinas...E que beleza! Do alto também tínhamos uma visão diferente do belo jardim que havia em volta; um jardim muito bem cuidado, com fontes, bancos, praças, flores...
Hoje,a visão é outra! Quando passo por lá, sinto uma certa tristeza, pois o que era um jardim natural, se tornou uma praça totalmente urbana, com calçamento e pouca ( ou quase nenhuma) vegetação.
Penso comigo: Da mesma forma como as paisagens mudam, nosso estilo de vida também: Se tornam mais mecânicos e menos contemplativos.
E a infância, então? Será a mesma?

Cida disse...

O texto nos leva a uma profunda reflexão para o [olhar}, O meu olhar hoje é diferente,mais contemplativo.t.

Anônimo disse...

Neste caminho que estamos trilhando no Parque e nas reflexões com a Rose, a Elizete e o grupo, o " olhar " se tornou uma nova perspectiva de vida para mim. Embora eu goste de contemplar momentos, sons, imagens, eu não me atinha a explorar essa comtemplação, esse olhar. O olhar com intencionalidade pode mudar tudo. Ele muda sua posição, seu entendimento e a aceitação daquela realidade.É maravilhoso OLHAR... Essa é uma prática que vou levar por todos os caminhos que trilhar, por todos os tempos que eu viver.
Silvana Squarisi

Renata disse...

Muitos pontos me fizeram refletir e me encantar com o texto “A arte e sua relação com o espaço publico” , a principio logo lembrei de um texto que li na faculdade, Como nasce um paradigma “Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No centro dela puseram uma escada e, sobre esta, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o enchiam de pancada. Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..." Este texto reflete bem como estamos inconscientes, fechados nos olhares e conceitos. Não sabemos quem somos, pouco nos questionamos ou refletimos sobre qual relação estabelecemos no espaço que ocupamos. E é por isso que acredito muito quando Agnaldo Farias afirma, “A arte é, talvez, a última possibilidade deste mundo tão opaco.” A arte serve para nos levar a uma inquietação e assim despertar os olhares adormecidos. Como profissionais somos pontes para levar nossos alunos a esse olhar mais perceptivo “Assim, quando você pedir para o aluno que ele olhe para o mundo, para que escolha um fragmento daquilo que interessa da sua cidade e eleja, ele vai eleger alguma coisa. Ele vai se escolher. Ele vai se reencontrar no mundo.”... nós vamos nos escolher e nos reencontrar no mundo.